Brasil e o ano novo das cinzas

Entra ano e sai ano e ouvimos aquela mesma conversa – “O ano no Brasil só começa depois do carnaval”. Hoje em dia me pergunto – Será?

De fato o ano deve começar mesmo na quarta-feira de cinzas para aqueles que acreditam nisso, pois a parte deles só começa a ser feita a partir de então, ou por que não, a partir do fim da ressaca de carnaval. Vai ver o nome quarta-feira de cinzas queira dizer isso mesmo, a celebração de dois meses que viraram pó e uma semana que começa pela metade simbolizando o ano que já começa faltando uma parte.

Agora, isso não quer dizer que assim seja pra toda uma nação. Da mesma forma que nem todo brasileiro é malandro e a maioria dos moradores da favela é gente de bem, certamente também tem muita gente que entra o ano desde o dia 1 de janeiro com ânimo e gás pra fazer e acontecer.
Intrigantemente a verdade está na maneira como a enxergamos. Se acreditasse que o ano só começaria na quarta-feira de cinzas, nada faria até lá, e pronto, poderia até soltar fogos pra saudar o mês de março. Mas que bom que soltamos os fogos em janeiro mesmo.

Pude notar isso na prática quando abri meu negócio. Nos primeiros anos ficávamos preparados para uma queda brusca de vendas em janeiro e fevereiro, mas depois vimos que a realidade era outra. Mesmo em anos de crise e recessão os resultados sempre estiveram mais ligados ao esforço em buscá-los do que sob a cortina de velhos paradigmas como este, que travam a vida do povo e das empresas brasileiras.

Hoje é a tal quarta-feira de cinzas. Desejo que as cinzas desta quarta-feira adubem as cacholas e façam nascerem flores, e mesmo as crianças que deste dia virão à luz, que possam o a vida melhor aproveitar, Carpe Diem!

Aos que não me fiz entender: Feliz ano novo.

Gê Bender

Programador por ofício desde 1999, hoje é diretor da Mais Empresas - Tecnologia da Informação, empresa estabelecida no mercado há aproximadamente 10 anos. Entusiasta dos métodos ágeis para desenvolvimento de software e das técnicas de Lean Startup para o empreendedorismo digital.

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