Eric Ries é um empreendedor norte americano reconhecido por ser um dos mentores do conceito Lean Startup e autor de um livro já bem vendido nos EUA com este mesmo nome, que em tradução livre seria algo como A Startup enxuta ou “magra”, onde Startup nada mais é que uma ideia de um novo produto ou serviço em fase inicial de desenvolvimento.

Apesar do processo ser aplicável em organizações de todos os tamanhos, tipos e finalidades, ele é especialmente útil para aquelas ideias que precisam germinar em ambientes incertos, por isso a definição dada por Ries para Lean Startup que é: “Uma instituição humana feita para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza“.

Contextualizando o surgimento do conceito Lean Startup: Tão rápido quanto a expansão da internet e o surgimento de novos e “gigantescos” mercados inexplorados foi o surgimento de uma bolha econômica em torno das empresas “.com”, que não tardou a estourar, levando muita gente à falência. Passada a euforia inicial da internet deu-se início uma fase de profissionalização e aprimoramento dos modelos de negócios deste setor, a maioria deles gerados na Califórnia – EUA, onde hoje é conhecido como Vale do silício.

Como diz o ditado: “gato escaldado tem medo de água fria”. Os banqueiros e investidores não estavam mais dispostos a investir capital em Startups .com sem terem uma boa dose de certeza que elas sobreviveriam neste mercado que já havia se mostrado muito mais cruel do que se imaginava. O ambiente de incerteza extrema estava formado, assim como a necessidade do surgimento de novos produtos e serviços que pudessem ter sua validação feita de maneira rápida e barata.

Lean x modelo tradicional: Enquanto os modelos tradicionais de Startups depositam muito investimento no planejamento, desenvolvimento inicial do produto, pesquisas e principalmente em um plano de negócios completo, para não dizer complexo, o modelo Lean dispensa praticamente todas estas etapas, tornando-se um modelo realmente enxuto e simples.

Baseado na experiência de projetos mal sucedidos, Ries pôde perceber que na maioria das vezes o plano de negócios é construído em cima de uma ou mais suposições que validariam todo o resto do projeto e justificariam o investimento no mesmo. Acontece que na maioria das vezes o mercado posteriormente mostrava que aquelas suposições estavam (ou se tornaram) incorretas e que todo aquele investimento fora baseado em uma quimera, uma ilusão.

Para evitar esta perda de tempo, dinheiro e credibilidade, o processo Lean preocupa-se inicialmente em validar estas suposições através de testes conscientes, que vão a cada pequeno passo mostrando a direção em que o projeto deve seguir. É importante notar que o processo foca em testes e não em pesquisas, pois o cliente pesquisado muitas vezes não sabe o que quer nem do que precisa, o que acaba “maquiando” o resultado da pesquisa. Um teste por sua vez, mesmo que com um produto inacabado, com apenas a simulação ou demonstração de um produto, possibilita que o mercado dê uma resposta. Para entender melhor esta parte falaremos mais do “MVP” que em português é a sigla de “Mínimo produto viável“, algumas maneiras de se mensurar o resultados dos testes e também de outros pontos na minha opinião, brilhantes, desta obra.
Mas ficará para os próximos posts.