Estudando o The lean Startup de Eric Ries – Parte II

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Seguindo o estudo iniciado no post anterior, a respeito do livro The Lean Startup, de Eric Ries (A Startup Enxuta).

O pulo do gato: Os primeiros passos de um processo de desenvolvimento Lean envolvem, entre outras coisas, a elaboração de um MVP, ou mínimo produto viável e a definição das suposições centrais do projeto. Ries apelida estas suposições de “Leap of Faith“, que pode ser traduzido livremente como Pulo do gato¹, as atribuindo importância vital. Estas suposições centrais devem ser as primeiras a serem pensadas, testadas e validadas, pois como o nome diz, podem representar o pulo do gato na vida do projeto.

Atenção: A invalidação de uma suposição do tipo pulo do gato não quer dizer que o projeto foi por água abaixo, simplesmente representa um momento de “pivotar”, ou seja, mudar de direção. Na verdade este é um dos principais, senão o principal ganho do processo Lean, identificar onde se deve mudar a direção e onde se deve perseverar.

No decorrer do livro o autor cita alguns exemplos de startups que valeram-se de princípios Lean e obtiveram grande êxito, sendo hoje negócios milionários. Algumas delas começaram com ideias centrais bem diferentes do que acabaram se tornando, pois seus criadores conseguiram invalidar suposições centrais através de testes, mudar a direção e, com novos testes, encontrar um espaço no mercado que eles não imaginavam que poderia existir. O resultado dos novos testes mostrou então que era hora de perseverar com as novas suposições, agora validadas. Isso aconteceu claramente com o Groupon, que a princípio chamava-se The point e não tinha quase nada a ver com cupons de desconto. Ao mudar o rumo central do negócio acabou se tornando a empresa que mais rápido chegou ao valor de um bilhão de dólares.

Mas como definir as suposições centrais? Qual é o seu Pulo do gato?
O autor nos incita a fazer algumas perguntas, como:
- O que devemos construir e para quem?
- Que mercado nós podemos entrar e dominar?
- Como poderemos construir valor durável que não possa ser corroído pela competição?

- Os consumidores reconhecem que tem o problema que você está tentando resolver?
- Se existisse uma solução, eles a comprariam?
- Eles comprariam ela de você?
- Nós podemos construir a solução deste problema?

Ainda falando de suposições, que o autor também chama de hipóteses, vale destacar dois tipos distintos de validações que precisam ser feitas antes de iniciar o processo de crescimento e aceleração do projeto, sendo estas:

- Hipótese de valor: Como o nome diz, um dos pulos do gato é ter certeza que o produto tem valor. Não na cabeça de seu idealizador, que com certeza terá, mas na cabeça do consumidor, do cliente.

- Hipótese de crescimento: Como o projeto irá crescer? Através de indicação voluntária (viral), através da liberação de novos recursos para quem tiver convidados, campanhas pagas, mala direta, AdWords, SEO puro?

Uma vez encontrada ao menos uma suposição do tipo pulo do gato ou uma hipótese de valor ou uma hipótese de crescimento já é possível lançar um experimento afim de engrenar o que o autor chama de Feedback loop de construção, mensuração e aprendizado, o ciclo de aprimoramento que direcionará o projeto para um caminho aceito pelo mercado.

Interessante notar que no processo Lean um simples experimento já é considerado um produto. Tudo que é construído tem por objetivo ser medido (testado) e o resultado do teste sempre serve de aprendizado. Cada aprendizado por sua vez é insumo para novas construções e assim por diante.

… Logo os tipos de MVP e exemplos, por aqui …

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1. Estou esperando pra ver como traduziram leap of faith no “A startup enxuta”

Gê Bender

Programador por ofício desde 1999, hoje é diretor da Mais Empresas - Tecnologia da Informação, empresa estabelecida no mercado há aproximadamente 10 anos. Entusiasta dos métodos ágeis para desenvolvimento de software e das técnicas de Lean Startup para o empreendedorismo digital.

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